sexta-feira, 7 de março de 2014

Mais uma vez.


Eu sinto tudo o que acontece, mesmo que eu finja estar indiferente.
Sempre me importei demais com todos, apesar de alguns não merecerem nada de mim;
O fato é este: quem sou eu para julgar? Somente eu sou julgada por todos.
Cada parte da minha vida é da conta das pessoas, elas decidem, me empurram para todo lado,
levam o que desejam de mim, deixam o que querem, julgam e se acham superiores.
Tenho medo de muitas coisas, já passei por tantas tempestades, já chorei sozinha tantas vezes,
já tive que engolir e ser humilhada para que todos* ficassem bem, menos eu eu!
Sempre fui aquela que pode sofrer, o cordeiro que se sacrifica pelo bem maior.
Sempre estive mais ao fundo, para que muitos emergissem.
E me consideram forte, por tudo que superei!
Mas no fundo eu sei que nunca superei tudo, ainda choro, ainda sofro.
Parece alheia, mas eu vejo, eu sei.
Me julguem, me maltratem, me humilhem, me abandonem, me tratem com ódio.
Eu aguento tudo isso, sempre foi assim.
Mas tudo tem um motivo, tudo está ai para me fazer ser assim, aceitar.
Eu só posso lamentar!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sonho.

Haviam árvores por todos os lugares próximos, olhou para cima e quase não viu o céu.
Percebeu que estava em uma floresta densa que parecia envolta de magia.
Ouviu os pássaros anunciando algo mórbido, sentiu um arrepio que perpassou todo seu corpo,
diminuiu sua respiração para aumentar sua percepção e aguçar os sentidos. Tudo o que viu e sentiu parecia anormal, até ela mesma estava diferente, parecia uma menina envergonhada.
Começou a caminhar, andou por entre a floresta tentando achar uma saída. Olhava para todos os lados e seguia em frente, até que viu uma clareira. Aproximou-se e se deu conta de que havia um prédio ali. Haviam crianças correndo e gritando. Caminhou até o prédio, era cinza escuro, ela conhecia aquele lugar. Olhou para o pátio central, sentiu uma ternura incontrolável.
Era uma escola, as crianças usavam uniformes brancos com detalhes azuis, e em suas faces havia um contentamento que para ela parecia estranhamente íntimo. Conhecia cada parte daquele lugar. Conhecia as pessoas que estavam ali, e se emocionou ao perceber quanta saudade sentia. Mas também sabia que ali nunca fora um lugar que ela poderia dizer que se encaixava, ela era um alienígena, uma criança estranha. Toda aquela paisagem não combinava com ela, aliás, nunca combinara. Contudo, sentia saudades. Sua infância toda passou naquele lugar lindo, cercado de paz.
Lembrou-se de seus amigos, das brincadeiras, das músicas, dos sonhos. E por um momento olhou para si e deparou-se com a menina que um dia fora, cabelos longos, magra, olhos tristes, sorriso iluminador. Seu corpo minúsculo era desajeitado, sua pele era muito macia e seu rosto era bem jovem. Não tinha seios, nem curvas. Sentiu-se extremamente feliz, era como se estivesse encontrado algo maravilhoso que há muito tempo havia perdido. Correu pela escola, olhou cada detalhe, lembrou-se dos esconderijos. Viu as freiras conversando próximo à entrada principal e sorriu gentilmente para elas, como se elas fossem suas melhores amigas. Abraçou seus amigos e viu lágrimas suaves escorrendo pela face e sorriu mais ainda. Era reconfortante sentir tudo aquilo, agradeceu a Deus por fazer os sonhos, e por ela sentir-se bem ao menos neles.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Boneca*

Tornou-se uma boneca de porcelana.
Sua aparência era frágil, meiga e pálida.
Havia um ar de sofrimento em volta dela, acompanhando o seu dia.
Seus olhos que antes semrpe foram tristes, agora pareciam mortos.
Falava pouco. Frases curtas. Sussurrava a dor.
Segurava o lado direito do peito como se podesse segurar seu próprio coração.
Não entendia o que os outros falavam, estava dispersa.
Pensando bem, não era questão de entendimento, ela não ligava.
Não conseguia escutar além de sua própria tristeza.
Amava o mar, ele sempre a acalmara.
Porém, ao reencontrá-lo chorou.
E teve a certeza de que nada a despertaria, nem seu amigo mais intimo: o mar.
Nada despertaria alegria, satisfação, nem traria conforto ao seu coração.
Em sua vida só havia espaço para a dor, que consumiu tudo.
Seu coração palpitava, olhou para o nada e viu o azul.
Não sentiu. Apenas fitou o vazio e tentou dispersar os pensamentos.
Desviu-se do sofrimento e deliciou-se com o vazio.
O vazio era só o que havia nela, era seu amigo, melhor que a tristeza.
Sentiu uma brisa e fechou os olhos.
Tudo em volta dela era um rascunho.
Ela não pertencia àquela vida, nem àquela dor.
Não sonhava mais, não vivia mais, só esperava.
Esperava a hora passar, a dor ir embora.
Esperava um milagre, coragem, uma viagem, uma vida colorida.
E só havia vazio e demora.
Sabia que nunca se perdoaria por fazer a escolha mais conveniente.
Não fora ela quem escolhera aquilo.
Ela era uma boneca de porcelana.
Sua aparência era frágil, meiga e pálida.



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Eu vi você!


Eu posso dizer o sim, posso explicar o não.
Eu posso fingir estar bem, sorrir morno. Posso dizer isso e ouvir aquilo.
Mas eu passo e olho pros lados, sempre aflita.
Vendo o que esta se perdendo, o que não posso alcançar.
Suspiro de amargura rondando as pausas do estresse, da agonia.
Eu entendo a dor, mas eu não consigo aceitar o que ela me impõe.
Eu só vejo você quando fecho os olhos.
Posso sentir seu cheiro e ouvir sua voz.
Eu vi você andando na rua, vi você olhando minha pele,
e chutei uma pedra e ri, só pensando em você.
Eu escrevi uma carta, olhei os pulsos, quis gritar.
Chorei por tanto tempo que pensei não mais parar.
E mesmo tudo isso, me sinto tão perto de você.
Você esta aqui agora, enquanto eu choro e escrevo.
Enquanto eu fecho os olhos e desejo ver seus olhos.
Enquanto ouço esta música:


Por que você faz assim comigo?
Parece querer me machucar.
Por que você olha assim pra mim?
Não vê qu'eu preciso descansar?

Até há pouco tava tudo bem,
Todos os sonhos cultivados,
Agora pouco eu até reguei
As flores qu'eu tinha plantado.

Talvez eu seja pequena,
Lhe cause tanto problema
Que já não lhe cabe me cuidar,
Talvez eu deva ser forte,
Pedir ao mar
Por mais sorte
E aprender a navegar.

Talvez eu seja pequena,
Lhe cause tanto problema
Que já não lhe cabe me cuidar,
Talvez eu deva ser forte,
Pedir ao mar
Por mais sorte
E aprender a navegar.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Só.

O mundo então rodou, e ela apoiou-se na parede do quarto.
Apoio-se no intuito ingênuo de sonhar que poderia não desabar.
Tudo já estava em ruínas, não havia como deter a força da realidade.
Respirou tentando encontrar não apenas o ar, mas também a gravidade.
Parecia que o vazio que havia se instalado em sua alma, a tornava um nada,
um vácuo, sem gravidade para mantê-la em terra firme.
Fez uma oração desesperada. Respirou fundo novamente, mas já sabia que 
não havia o que fazer, nem como parar o que estava por vir.
Sentiu as lufadas de dor no estômago, a cabeça começou a rodar : náuseas.
A tão intima ânsia de vômito chegou.
Olhou-se no espelho, olhos negros, cheios de brilho, formando as enchentes.
Chorou. Primeiro sentindo a amargura do choro,
depois soluçando, depois desesperou-se.
Gritou por dentro, sentiu a dor, sentiu o coração esmagar.
Sentiu um veneno correr por suas veias, dilacerando seu corpo.
Tornou-se o seu interior uma densa nuvem.
Havia somente pedaços. Criou-se escuridão. As cores perderam-se.
E  lembrou-se:
"O amor é a força mais poderosa do mundo, ela pode de dar tudo e pode tirar tudo o que você tem!"


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Estou cansada de tudo isso,
Eu só queria poder abraçar você e dizer que logo tudo passará
e a calmaria chegará... Eu daria a minha vida para não ver você sofrer!
Eu enfrentaria qualquer um, porque você é um tesouro, a melhor pessoa que já conheci, a pessoa mais maravilhosa que já conheci...
E quem sabe quem você é, sabe o quanto você é especial,
não merece maldade, nem sofrimento, nem desonestidade
muito menos o desrespeito com o vovó, que pra mim é o pior que já aconteceu!
Por isso lembre-se que eu estou aqui, que quando você quiser vamos nos unir e vencer tudo, mesmo que seja deixando de lado um sonho, abrindo mão dos ideais.
Por que o que mais vale e o que sempre me foi ensinado são:
Os valores da humildade, da paciência, da compreensão, da graditão,
DA VERDADE, DO BOM CARÁTER, DA HONESTIDADE e isso ninguém pode tirar de nós.
AMO VOCÊ e o meu abraço está lhe esperando!

sábado, 24 de março de 2012


Eu ainda não consigo crer no que me parece ser um tipo de trama macabra.
Não consigo identificar os motivos que levaram quem eu mais amei,
mais admirei, mais elogiei, mais me inspirei em toda a minha vida.
A impressão que dá é a de que eu estive enganada, de que eu imaginei
tudo o que acreditei em toda a minha vida.
Ás vezes penso que não há mais como agir, nem como entender certas coisas...
Eu lutei contra isso, eu me magoei, em me decepcionei, chorei...
Mas agora eu PAREI!!!
Literalmente estagnada.
Como se o passado fosse real e o presente fosse um pesadelo.
Me recuso a ver o que acontece, me afasto, me fecho.
E tudo o que sei é que não consigo esquecer...
Só olhar de longe e sentir que o caminho não pode ser seguido;
Não posso seguir sem o que deixei lá, ali, bem ali, naquele dia!
Estou triste, perdida, reclusa....
Esperando...Amando você...
Rezando para que tudo passe...
G.S.P.
Um trecho de música que demontra o que aconteceu comigo:
"Onde foi exatamente que larguei naquele dia mesmo?
o leão que sempre cavalguei"